Metal Reunion Zine

Blogzine fundado em 2008. Reúne notícias referentes a bandas, artistas, eventos, produções, publicações virtuais e impressas, protestos, filmes/documentários, fotografia, artes plásticas e quadrinhos independentes/underground ligados de alguma forma a vertentes da cultura Rock'n'Roll e Heavy Metal do Brasil e também de alguns países que possuem parceiros de distribuição do selo Music Reunion Prod's and Distro e sua divisão Metal Reunion Records.



quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Navalha na Carne - Edição # 1 - Headbanger: Molde sua mente para a verdadeira guerra

Estamos dando inicio no METAL REUNION ZINE a coluna "NAVALHA NA CARNE" um espaço onde serão publicados artigos com conteúdo mais politizado ou mais critico a cerca de fatos cotidianos do país e até mesmo de nossa cena.
Os artigos serão gerados de forma livre por todos os colunistas/colaboradores do blog e também seus leitores que poderão participar com suas opiniões em futuros "posts" e também enviar textos.
Atenção leitor! Prepare-se para ler críticas sem muito "enfeite". Não espere encontrar aqui palavras escolhidas por algum intelectual imbecil que nada faz para mudar a sua ou a nossa realidade. Não temos pretensão nenhuma de ser 'A VERDADE' mas usaremos esse espaço para ir direto ao assunto e quem sabe abrir canais de discução que nos "levem" a pensar + e reagir da forma mais coerente para nosso meio.    

O texto abaixo é de autoria do colunista e colaborador Marcos Vinicius Mesquita. Vamos lá!

Antes de iniciar, preciso saber até quanto você se interessa por politica? Se tem alguma noção do quanto ela influencia na sua vida e até no seu som? Precisamos saber você tem algum senso critico? Ou se ele se limita a repetir velhos bordões e clichês?

Particularmente eu vejo a maioria dos bangers como pessoas alienadas ao seu mundinho. Normalmente a única posição critica que possuem é contra a igreja.

E é aí que quero chegar. Já dizia Platão (428/427 a.C./ 348/347 a.C.) Que "A penalização por não participares na política, é acabares a ser governado pelos teus inferiores".

Vivo no Rio de Janeiro. Uma cidade que a cena metálica padece e sofre de vários problemas para crescer. Cito os 4 principais:

1 - Desorganização (todo mundo já foi a algum evento que foi um fiasco);
2 - Amadorismo artístico;
3 - Público preguiçoso e mimado (vivendo a espera somente de grandes nomes e de festivais do Medina);
4 - Desunião geral (produtores, bandas, mídia "especializada");

Serei linchado possivelmente, mas esse é um exemplo que terei de citar. Quando um dos nossos principais nomes decide largar o metal e encerrar sua banda, que praticamente fundou a cena no Rio para tocar outros estilos musicais menos problemáticos. É sinal que algo está muito errado. Uns dirão que traição, interesse por dinheiro, recalque por não fazer sucesso. Eu vejo como SACO CHEIO.

Os funkeiros assim como os evangélicos faz muito tempo perceberam que para crescer e agir deveriam assumir o poder, ou fazer parte dele. Não é difícil achar na Câmara de Vereadores e na ALERJ representantes declarados desses nichos. Esses últimos possuem um verdadeiro projeto de poder. Com a intenção de levar o Brasil a uma teocracia.

Para provar nossa total inércia e irrelevância politica; gostaria de destacar um trecho de um artigo publicado em um site alemão especializado em metal da América Latina sobre a relação dos "metaleiros", como eles escrevem, brasileiros com a cena politica do período em que o metal deu seus primeiros passos por aqui:

(...)Ate 1985 a ditadura militar estava ativa, e essa discriminava homens de cabelo comprido. Mas a aparência dos fás de Metal no começo dos anos oitenta não parecia ameaçadora para o sistema (ao oposto de como os generais argentinos acreditavam). Eles eram apenas tidos como loucos e alienados. Mas o regime desapareceu com alguns artistas da musica popular brasileira, do lado mais esquerdista. Cabelos compridos não eram causa para repressão governamental, mas ainda hoje pode ser um empecilho para se arrumar um emprego(...)

Tenho certeza que muitos de vocês conhecem alguém que defende a ideia de que na "ditadura era tudo melhor" talvez até você mesmo pense assim. Você fala isso porque não viveu no Brasil durante o período das ditaduras sul-americanas. Fosse chileno ou argentino pensaria de forma diferente. Se viveu, logo acima está a explicação mas a repito com prazer: VOCÊ NÃO ERA UMA AMEAÇA! Acho isso vergonhoso.

Talvez seja uma explicação de tantos bangers ainda hoje serem simpáticos a Ditadura, talvez explique a enorme dificuldade que possuem de ouvir uma opinião discordante e ao invés de contra argumentar, usarem um "foda-se" como resposta para tudo ou agirem como verdadeiros skinheads intolerantes.

Acho ridículo mas ainda somos loucos e alienados. Na maioria dos casos temos uma visão conservadora para tudo, logo nós.

O Heavy Metal surgiu na feia e cinzenta cidade de Birminghan, em um bairro operário, por filhos de operários. (Não estou convocando ninguém a se filiar ao PCO, nunca!). Heavy metal é por essência, som dos excluídos. Mas será que estamos fazendo jus às nossas raízes?

Se por algum motivo qualquer o governo deste páis decidisse que o Heavy Metal é perigoso e deve ser proibido? Você estaria pronto a defender o estilo que tanto ama, não com bombas em estabelecimentos do Mc Donalds, ou com protestos infantis e arruaceiros como os realizados pelos integrantes do PSTU (Sim, eu tenho problemas com a esquerda brasileira) mas quem sabe humilhar em rede nacional todo um congresso como fez Dee Snider e Frank Zappa?
Você seria capaz disso?

E o que você espera acontecer para algo mudar?

"Feel your soul and shape your mind to warfare
It's all for real
Live your life, not the way they taught you
Do what you feel" (Attitude - Sepultura)

Sim, Sepultura. Pode me xingar 'truezão', eu estou C A G A N D O para o que você pensa. Me importarei e valorizarei muito mais o que você fará por você e por nós.

Fonte
Metal Reunion Zine

2 comentários:

  1. Agradeço ao amigo Chakal e a todos do Metal Reunion Zine pelo convite e parabenizo pelo espaço para divulgação de idéias e pensamentos.

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  2. Linchado? Não , meu caro! O Saco cheio aí , virou saco de papai noel. Chega de molecada 666 que daqui a alguns anos mete a viola no saco e some da “cena”. Enche a boca pra dizer “quando eu tocava metal, ou ouvia metal” ( meu cérebro para na hora e tudo o que vem depois não é mais assimilado ao ouvir tamanha filhadaputisse) .

    Não sou de panela, não sou de grupinho e não interessa quem eu sou. Vejo a cena, vou à cena...Por que não crescemos? Por que muitos compram disco de tal banda e são só elogios? Será que tudo o que estão fazendo por aqui e Brasil afora é tão bom ao ponto de ser irrefutável? Não ando com patch dos fodões que foram à Europa somente por uma merda de falso reconhecimento. Não estamos numa redoma de vidro. Somos o celeiro da subversão, com o conformismo implícito de quem vota em parasitas, mas rasga a boca pra dizer que votou em 00.
    Quero fazer, quero tocar, quero divulgar, mas não sou de panela. Panelas são excludentes. Que vença o talento. E melhor ainda. Que vença o talento com boas ideias aplicadas, com críticas reais e vivenciadas e não retrato da programação do Oriente-Médio, com canções sobre bombas e povos dizimados que nunca saberemos seu real sofrimento.

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